Fui em mais um show! E agora?
Gente, será que todo mundo sente a mesma coisa que eu? Primeiro, a notícia de que o show está marcado, toda aquela agitação de preço, ingresso, lugar, horário.. No dia, toda aquela espera, os minutos se arrastando.. E de repente tudo se realizando, tanta coisa passando na cabeça... e finalmente as cortinas se abrem e então aquela voz soa no palco, cristalina como sempre, e podemos ouvir, gritar e chorar com Cantinho. Mas cadê a Ana? Cadê a Ana?? Surge atrás da cortina uma figura pequenina tocando baixo, com um sorriso lindo no rosto... É a Ana! Precisava olhar para o lado para ter a certeza que é verdade e que todo mundo estava vendo a mesma cena que eu. Uns sorriem, alguns em estado de choque, prendendo a respiração. O som do baixo traz arrepios e chega a hora da Madona. A galera vai à loucura, e ali está a Ana em minha frente, a menos de 3 metros de distância. E o público? pulando, cantando e viajando no mar de emoções que se alternam com cada música, e Ana vibra com a gente, e por momentos parece estar cantando para si mesma, às vezes como um sussurro que mais soa como uma confissão, outras vezes como um grito que sai lá de dentro do peito... Ali está ela, de frente para uma multidão, enfrentando seus próprios sentimentos ao cantar Carvão, e percebemos que seus olhos se enchem de lágrimas, e de repente ela, que antes era toda sorrisos, tem um semblante pensativo. Dura pouco. Logo ela nos encanta mais uma vez sorrindo e agradecendo no Medley... e nós percebemos que os papéis ficaram invertidos - somos nós que deveríamos agradecer por ela tornar possível para tantos fãs a realização de um grande sonho, mas o fato é que realizar uma vez não satisfaz .. eu quero 2.. 3.. 20! Agradece-la por compartilhar conosco canções tão profundas embaladas em sua voz marcante... é como se cantasse a história de nossas vidas. Toda aquela energia que mostrou no palco não é nada mais do que sua natureza, que se expressa na calma e na agitação. E quando Ana se despede de nós, mandando beijos e sorrisos, leva consigo um pouco de cada um, mas deixa essa energia no ar, e nós carregamos essa energia dentro de nós. E quando as luzes se acendem, e percebemos que as outras pessoas já estão partindo, de repente não queremos ir embora. A vida pós-Ana não dá pra ser como antes. Fica um aperto no peito, um vazio, e uma sensação de "quero-mais", uma vontade louca de rebobinar a fita e fazer tudo acontecer novamente. É bom pensar que mesmo longe, está tão perto. Mas o que machuca é não saber quando estará tão perto novamente.
É mais do que uma cantora.. ela não estava ali só para fazer um show. Ela não tava ali para desfilar, ou para que os fãs a achassem bonita, ou para que reparassem em seu corpo, ou no cabelo. Ela não estava ali para se exibir, ao contrário de quem parece entrar no palco como se fosse uma passarela. Ela se mostra incrivelmente humana no palco, apesar de muitas vezes não a tratarem como tal. E por isso contagia tanto, porque ao sairmos do show, temos a sensação de que realmente, nós estivemos COM a Ana, e vibramos juntos COM ela, e não apenas por ela. A sensação com certeza vai além de qualquer palavra!
E depois, quando que ela vai voltar?
E se ela demorar?
E se eu não ver mais a Ana?
